Ao assumir na manhã de desta terça-feira, 12, o comando da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), o engenheiro baiano Paulo Fontana enfrentará o desafio de conciliar o rigor das ações técnicas com o manejo político de situações conflitantes. A solenidade de posse acontece, às 11 horas, na Universidade Federal de Pernambuco, em Recife.
Para tentar obter resultados eficazes, Fontana precisará vencer a falta de recursos financeiros e restabelecer a credibilidade da instituição. Na década de 80, a Sudene estava no auge de suas atividades, com mais de três mil funcionários em seu quadro de pessoal. Hoje, possui apenas uma centena deles, sem motivação para acreditar na retomada das ações.
Fontana, de 54 anos, ao contrário, aposta na chance de articular governadores e lideranças políticas da região e demonstrar ao Palácio do Planalto a importância do desenvolvimento nacional harmônico, com redução das desigualdades regionais.
A Bahia retoma hoje o comando da Sudene 18 anos depois de haver sido dirigida pelo geólogo baiano Paulo Souto, ex-governador. De 1990 para cá, sofreu esvaziamento até a extinção, em 2001, determinada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Para assumir o cargo de superintendente, Paulo Fontana desligou-se da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), empresa vinculada à Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração. Nos bastidores políticos, são fartas as informações sobre a indicação de Fontana.
Teria sido o resultado de uma longa negociação entre o governador Wagner e o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional). O PT tinha interesse em indicar um nome, mas prevaleceram critérios de avaliação técnica. A indicação amplia a força política do ministro e desagradou petistas. Os mais moderados cogitam trabalhar em parceria.
Lenilde Pacheco, do A Tarde
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
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